domingo, 10 de junho de 2012

Metade de mim é amor e a outra metade... fé, perceverança!

Encontrei esta crônica de Sônia Carvalho na net,  me disse tanta coisa que resolvi compartilhar. Olhei para trás, para minha história, e vi passar diante de meus olhos um filme.


                                              

Os anos passaram


Acordei... 

E vi que muitos anos se passaram. 

As brincadeiras de infância foram aos poucos sendo substituídas pela responsabilidade.

As bonecas guardadas no fundo do armário.

Os primeiros sonhos foram trocados por novos ideais.

A dificuldade de andar de bicicleta deu lugar a outras tantas preocupações.

O medo do escuro perdeu sua importância diante de outros receios.

E a ingenuidade da criança que usava tranças....

Ah, essa foi substituída pela malícia da mulher.

O tempo passou...

Milhares de coisas vivi, de muitas tenho saudades e de algumas, só posso dizer, ainda bem que ficaram para trás.

O tempo passou...

Conheci inúmeras pessoas, amei mais que fui amada, mandei pessoas embora e algumas se foram mesmo contra a minha vontade.

Cresci, fui atrás de novos horizontes, chorei cada perda e comemorei todas as conquistas.

Percebi que muitos torciam pela minha queda, mas também percebi que em quantidade maior, havia a torcida para a minha vitória.

Passei a lutar pelo que acreditava e impus respeito.

Descobri o meu verdadeiro valor, fiz diversas loucuras, me aventurei, não sufoquei os meus desejos.

Superei limites, dei asas a minha imaginação.

Chorei muito a noite, sozinha no meu quarto, quis voltar a ser criança, procurei novamente o colo de mãe, senti a solidão de perto.

Mas a cada manhã renovava as esperanças e ia a luta porque a vida não iria esperar eu cicatrizar as minhas feridas.

Também ri muito, fiz incontáveis provocações, distribui alegria onde encontrei tristezas.

Fui ousada, quebrei tabus e venci alguns preconceitos.

Vivi diversos dias nublados, mas nunca perdi a esperança de que o sol voltaria.

Sofri com cada traição e me surpreendi com os gestos de fidelidade.

Passei pelo inferno mas não desisti de encontrar o céu.

O tempo passou...

Desisti da religião implantada pelos homens e conheci Deus dentro do meu coração.

Ganhei uma “barriguinha” mas mantive “Mara” e “Inês” bem firmes!!!

Desfrutei os desatinos da Lua e não desanimei diante das incertezas da Terra.

Não me abalei diante de olhos que me censuravam e me preocupei apenas com as pessoas que tinham importância na minha existência.

Plantei sentimentos verdadeiros e cuidei dos frutos em forma de amizade que tanto recebi pelo caminho.

Espantei –me ao perceber como existem pessoas maravilhosas e como o homem ainda se perde no meio da inveja, da ignorância, da ambição e do egoísmo.

Perdi a conta de quantas vezes cai, de quantas pedras recebi, mas também, de quantas mãos se estenderam na minha direção.

Gritei diante das injustiças e me calei quando não poderia vencer a adversidade imposta.

Deixei de abaixar a cabeça ou ter medo de ser inferior.

Enfrentei os espinhos, tive dor, mas me alegrei quando percebi a flor nascendo.

Sim, o tempo passou..
Talvez olhe para trás e perceba que podia ter feito algumas coisas de outra forma, poderia ter sofrido menos, ter trilhado caminhos mais seguros.

Ainda quero mudar muitas coisas, mas a única certeza que tenho e que pulsa fortemente em mim é que valeu cada dia, cada sofrimento, cada alegria, cada decepção, surpresa, cada dor e cada amor que a vida me impôs.

E certamente eu não seria o que sou hoje se não tivesse vivido tudo isso.

Então só posso dizer : VALEU E MUITO!!!!!!!!!!!

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